Francisco Carlos Oliver*

 

No dia 13 deste mês de julho se comemora o Dia do Engenheiro de Saneamento ou Sanitário (profissional como algumas outras definições e atribuições). A data foi criada em homenagem ao dia da aprovação da lei nº 4.089, de 13 de julho de 1962, que garantiu a criação do Departamento Nacional de Obras de Saneamento

Trata-se de uma alusão para celebrar uma das profissões de extrema importância no Brasil e no mundo, e que garante tanto a proteção da saúde pública, quanto a preservação do meio ambiente por meio da exploração do uso da água e descarte de efluentes.

Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea - atualmente há 1.642 engenheiros sanitários no Brasil inscritos na autarquia, número que segundo o órgão pode ser maior, já que este profissional pode ter diversos nominações ou atribuições.

Para que se tenha melhor clareza dessa profissão, é o engenheiro sanitarista, como também é chamado, que realiza estudos, faz pesquisas de campo, cria possibilidades e cuida da parte técnica e operacional para que as pessoas possam usufruir da água encanada em casa, trabalho ou em outros lugares, e que os seus descartes, rejeitos ou dejetos sejam apropriadamente conduzidos a estações de tratamento de esgoto.

É missão desse profissional de saúde pública ainda o cumprimento dos processos voltados para a infraestrutura do saneamento no Brasil que vai desde o controle do abastecimento e tratamento de água; construção e gerenciamento de sistemas de esgotos e drenagem urbana; ao manejo de resíduos sólidos. Ele melhora a vida da população principalmente com o controle de poluição ambiental, entre outras atribuições complementares.

O saneamento básico é um problema muito sério e que sempre exige um olhar mais atento no País, cabendo aos engenheiros de saneamento (outra forma que são conhecidos) ou sanitários, através das suas responsabilidades profissionais, a aplicação de conhecimentos científicos e técnicos, com foco na garantia às comunidades que recebam serviços de saúde adequados, auxiliando especialmente na prevenção de doenças ou mesmo epidemias, e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Atentos principalmente às regulamentações ambientais, dentro das empresas privadas ou órgãos públicos, os engenheiros de saneamento, ainda colaboram em projetos que promovem a responsabilidade social corporativa.

Com tantas responsabilidades, nota-se que a profissão enfrenta muitas dificuldades diárias, como a limitação de recursos, a adequação de estudos e implantação de projetos em áreas complexas, e a frequente atualização em relação às normas ambientais e técnicas.

Outra denominação sua é a de engenheiro ambiental e seja com o nome que for identificado, este especialista, efetivamente, precisa ter muita resiliência e se adaptar sempre às novas tecnologias (incluindo a Inteligência Artificial) e à gestão de projetos inovadores e sustentáveis. Toda a segurança urbana que está em suas mãos pode significar muito para o modus vivendi da população e sua qualidade de vida.

Diante de tantas outras adversidades atuais, o engenheiro sanitário precisa se esforçar profundamente para a solução de grandes questões complexas do País, sendo algumas das mais custosas e trabalhosas dos orçamentos públicos anuais. No momento, segundo dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – há 49 milhões de brasileiros sem acesso adequado ao esgotamento sanitário e 4,8 milhões que vivem sem água encanada.

São indicadores colossais que comprometem visivelmente o desenvolvimento e imagem do País, mas que também estimulam os profissionais dessa especialidade a refletirem e se empenharem ainda mais com o pensamento incessante: ‘mãos à obra’.

Em políticas públicas inúmeros analistas e estudiosos costumam dizer que grandes obras de infraestrutura sanitária não avançam no Brasil como deveriam, porque são subterrâneas e em boa parte das vezes são invisíveis aos olhos da população ou do cidadão comum, e, portanto, não teriam apelo político. No entanto, todo engenheiro sanitário deseja imensamente que os brasileiros, de qualquer classe social ou condição financeira, contassem para sua segurança, qualidade de vida e bem-estar com um saneamento básico eficaz e fluido.

 

*Francisco Carlos Oliver é engenheiro, e diretor técnico e comercial da Fluid Feeder, empresa fornecedora de equipamentos para tratamento de água e efluentes, com soluções de alta tecnologia para medição, transferência e dosagem de produtos químicos sólidos, líquidos e gasosos. www.fluidfeeder.com.br